A Idéia-Chave que separa o construtivismo de outras teorias da cognição foi lançada há aproximadamente 60 anos por Jean Piaget.
Trata-se da idéia de que o que chamamos de conhecimentos não tem, e não pode ter, o propósito de produzir representações de uma realidade independente, mas antes tem uma função adaptativa.
Esta mudança na avaliação da atividade cognitiva acarreta um irrevogável rompimento com a tradição epistemológica geralmente aceita na civilização ocidental, de acordo com a qual o conhecedor deve se esforçar para atingir uma visão do mundo real.
Embora neste século as revoluções nas ciências físicas tenham conduzido á aceitação de que tal visão parece impossível, mesmo de acordo com a teoria física, a maioria dos filósofos atém-se á crença de que o progresso da ciência, de alguma forma, conduzirá a uma aproximação da verdade definitiva.
Ao longo das eras, no entanto, houve pensadores que não partilharam esta crença.
De fato, desde o início da nossa história das idéias os céticos formularam argumentos logicamente irrefutáveis mostrando que se conhecimento verdadeiro fosse representar um mundo real, ele não poderia ser obtido.
Embora tenham sido constante fonte de irritação para o establishment filósofico, foi sempre fácil fazer seus argumentos parecerem absurdos mencionando algumas das coisas maravilhosas que o conhecimento humano alcançara.
Nos tempos antigos podia-se apontar para as previsões acuradas referentes a eclipses e ao movimento dos corpos celestes em geral, e nos nossos dias há não apenas os milagres da tecnologia que usamos na vida cotidiana, mas também o incrível fato de que o homem foi capaz de pisar na superfície da lua.
Diante de tais sucessos, seria, de fato, ridículo questionar a validade do conhecimento.
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