Conclusão:
Sem entrar nos detalhes da mudança radical da perspectiva epistemológica inerente á passagem para o construtivismo, desejo sugerir que há determinadas áreas circunscritas nas quais uma orientação construtivista pode modificar a atitude de um professor.
Ela poderia, por exemplo, levar á compeensão de que os estudantes percebem seu ambiente de formas que podem ser bastante diferentes das pretendidas pelos educadores.
E esse ambiente inclui currículo, livros-texto, suportes didáticos (incluindo programas de computação e "microambientes"), da construção, pelo professor, de um modelo hipotético dos mundos conceituais particulares dos estudantes, com os quais eles estão se defrontando.
Pode-se esperar induzir mudanças nos seus modos de pensar apenas quando se tem alguma noção dos domínios da experiência, conceitos e relações conceituais que os estudantes possuem no momento (CF. von Glasersfeld & Steffe, 1991).
Similarmente, á consideração de como os significados são constituídos e como, consequentemente, a comunicação linguistica funciona, desmantelaria a ainda difundida noção de que o conhecimento conceitual pode ser transferido do professor para o aluno através de palavras.
Isso não quer dizer que a linguagem não seja importante.
De fato, ela é a mais poderosa ferramenta á disposição do professor, mas não transporta significados ou conceitos.
A Linguagem capacita o professor a orientar a construção conceitual dos estudantes, excluindo determinados caminhos e favorecendo outros.
Estas são apenas duas facetas do modelo construtivista, mas percorrem uma longa distância em direção ao estabelecimento do princípio fundamental de que a aprendizagem é uma atividade construtiva que os próprios estudantes têm que levar a cabo.
A partir deste ponto de vista, então, a tarefa do educador não é dispensar conhecimento, mas oferecer ao estudantes oportunidades e incentivos para construí-lo.
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